31 de janeiro de 2009

Sarah Siskind - Studio; Living Room


Nem sei como ela veio parar aqui. Quando vi, já estava. Não sei quase nada sobre essa mulher. Mas sei que não preciso saber nada além daquilo que consigo descobrir ouvindo-a: Sarah Siskind é uma mulher, escancarando sua alma, derramando sentimentos em poesia, com sua voz maravilhosa (que lembra MUITO o timbre da Annie Lennox). E é isso.

Gravado metade em um estúdio (apenas com pianos ou uma guitarra eventual), e metade na sala de estar de sua casa (apenas com voz e violão), esse é um álbum de músicas fantásticas, fortes, dolorosas, intensas, profundas e sinceras. Arranjos enxutos, que não te deixam perder o foco do que importa aqui: melodia, letra, interpretação.

"Love´s for fools" abre o álbum, ecoando a dor melancólica de um amor perdido. "Fool From the Start" é linda, quase um fado, quase uma oração: apenas um dedilhado de guitarra e voz. E a música dói, dói, dói de tão linda, de tão intensa. Essa canção fecha o bloco Studio.

O Lado B, Living Room, abre com minha música obsessiva, de longe a melhor do álbum, paixão a primeira ouvida: "Simple Love". Leve, suave, romântica, fala sobre o amor simples desses casais de antigamente (como nossos avós, ou os pais deles) que vivem juntos uma vida de doação mútua e amor gratuito e sincero, anos e anos e anos: "I want a simple love like that/ always giving never asking back/ When I'm in my final hour looking back/ I hope I had a simple love like that".

Essa é uma mulher que mexe comigo...

Bacon!!


Sarah Siskind - Studio; Living Room
(2008)

1. Lovin's for Fools
2. On and On
3. Don't Put Your Horse Away
4. Lessons
5. This Is My Face
6. Fool From the Start
7. Simple Love
8. Daddy
9. I Do
10. I Am Listening
11. Building A Road
12. How Do I Let It All Go

17 de janeiro de 2009

January - i herad myself in you

Do silêncio vem uma melodia discreta, um dedilhado que vira um violão intenso, bateria, guitarras. É assim que começa "All Time": canção simples, que gira em torno de apenas dois acordes. Melancólica e triste, mas absolutamente arrebatadora, intensa, épica. A música vai se construindo, crescendo, ganhando complexidade, até o grande climax. Quando vc se dá conta, está literalmente sem fôlego: mergulhado e submerso na música, refrão, solos adentro...

Esse álbum de estréia da banda January é uma pérola. Faz lembrar muito os melhores momentos do Oasis (Champanhe Supernova) e de Mazzy Star (Fade into you). E numa rápida pesquisa em resenhas on line notei duas coisas curiosas: a unanimidade em afirmar que é um álbum incrível e o impacto que esse álbum causou nas pessoas que o ouviram (e que passam a ouvi-lo repetidamente, como eu...).

A principal preocupação aqui é com a construção de uma ambientação musical, de uma atmosfera, através de músicos super competentes e uma produção musical impecável. As guitarras, especialmente as slides, são incríveis. O guitarrista Sarah Peacock é peça chave nesse álbum em suas interpretações, tal como o compositor e cantor de todas as canções Simon McLean.

Pessoalmente adoro as leves e deliciosamente envolventes "Through Your Skies" e "Eyes all mine". Mas fica muito claro que a música central desse álbum é "Falling In". Nove minutos hipnotizantes de uma música atemporal, intensa e maravilhosa.

Descobri January numa prateleira de promoções da gravadora Trama. Foram R$ 6,00 muito bem gastos... E a escolha foi aleatória, sem nenhuma referência além da bela capa e do nome, Janeiro, mês de meu nascimento e aniversário. E esse é para mim um álbum que tem muita importância... Daqueles que é ótimo e adorado do começo ao fim.

Bacon!



January - i herad myself in you
(2001)

1. All Time
2. Through Your Skies
3. Contact Light
4. I Heard Myself in You, Pt. 2
5. Invisible Lines
6. Sequences Start
7. Eyes All Mine
8. Projections
9. Falling In
10. Fused